A decisão do Supremo Tribunal de Angola de libertar os 17 activistas condenados por rebelião foi recebida com euforia e aplausos em Angola, e um pouco por todo mundo onde o caso despertou sensibilidades. A secção portuguesa da Amnistia Internacional foi umas das organizações que aplaudiram a decisão do Supremo Tribunal de Angola.
Embora a euforia, o responsável da Amnistia Internacional em Portugal, Pedro Neto, manifestou estar a tentar perceber os contornos desta libertação, já que para a AI, o processo “não acabou”. Em entrevista à Lusa, Pedro Neto garantiu que a organização que pauta pela defesa dos direitos humanos vai continuar “a insistir na liberdade incondicional, porque este julgamento não fez sentido e eles não são culpados de nada e é por isso que nos bateremos”.
Os activistas angolanos libertados foram recebidos no exterior da prisão com gritos de “liberdade” e prontamente abraçados em festa por familiares e amigos que os aguardavam. Juntamente com familiares e amigos, eles marcharam pelas ruas numa ação espontânea que terminou na União dos Escritores Angolanos, onde recordaram que “ler não é crime”.
O rapper luso-angolano Luaty Beirão, que foi um dos rostos principais, admitiu estar feliz e em entrevista ao portal Rede Angola frisou que “o que se quer é que isto termine de uma vez por todas. Não quero uma liberdade provisória, o que queremos é saber que ler um livro não é proibido, pensar diferente, exprimir-mo-nos, não é algo proibido. Acompanhando o último ano, mesmo na imprensa convencional, é curioso verificar que alguns espaços estão a ser conquistados por todos.”
Cabe lembrar que Dago Intelecto, que foi condenado a oito meses de prisão por ter gritado dentro da sala do tribunal durante o julgamento, segue preso.
“A mother’s happiness can never be greater than that of her least happy child”
Photo: Angolan activists & their mums pic.twitter.com/DWAuksXugm— zenaida machado (@zenaidamz) 30 de junho de 2016