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Amazônia teve cidades com até 8 milhões de índios antes de Cabral

(Imagem: Renato Soares, Facebook)

A Amazônia foi o lar de milhões de pessoas que ocuparam enormes faixas de terra antes da chegada dos europeus, os quais causaram o colapso de suas sociedades, segundo um estudo liderado pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).

 

Os pesquisadores calculam que a Amazônia pré-cabralina tenha abrigado pelo menos 8 milhões de habitantes

As descobertas recentes sobre o passado da maior floresta tropical do mundo foram publicadas na revista científica Proceedings B (clique AQUI para ler o artigo original).

 

A equipe de pesquisadores brasileiros e norte-americanos, liderados por charles Clement, do Inpa, reuniu dados que apontam que, em vez de intocada, a Amazônia foi berço de grandes civilizações antes de 1500. De acordo com os pesquisadores, nesta época a Amazônia teria abrigado pelo menos 8 milhões de habitantes.

(Imagem: Reprodução The Traveller Blog)

As afirmações sobre a existência de grandes populações na região contradiz o imaginário da “Amazônia intocada”. As conclusões dos cientistas são parcialmente baseadas em um dos poucos sinais remanescentes das civiizações – o solo escuro e fértil produzido por terras agrícolas e resíduos. Algumas dessas regiões são acessíveis apenas por causa do desmatamento.

(Imagem: Reprodução Proceedings B)

Os povos nativos da Amazônia teriam, segundo o documento, domesticado mais de 80 espécies de plantas, estendendo sua ação até mesmo a partes não habitadas da floresta, manejando a distribuição natural das plantas, de forma a favorecer o crescimento das espécies mais úteis, como a castanheira, por exemplo.

 

Já a cerâmica requintada da Ilha de Marajó, na foz do Rio Amazonas, sugere uma cultura com ampla mão de obra e artistas semiespecializados.

Urna funerária da Ilha do Marajó (Imagem: Marie-Lan Nguyen, via Wikimedia Commons)

A pesquisa considerou relatos dos primeiros europeus que visitaram a América do Sul, que foram desmentidos nos séculos seguintes por serem considerados apenas peças de propaganda.

 

É o caso do relato do padre espanhol Gaspal de Carvajal, que escreveu: “Há uma cidade que se estica por 24 quilômetros sem qualquer espaço entre uma casa e outra“.

 

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