O Spotify, um serviço de música em streaming que já conta com mais de 75 milhões de utilizadores, foi lançado em 2008 pela startup sueca AB, sediada em Estocolmo desde então, mas que pode ter os dias contados na capital da Suécia.
Tudo porque Daniel Ek e Martin Lorentzon, os fundadores da marca, escreveram um artigo no qual criticavam as leis laborais e fiscais do país e ameaçavam deslocar a sede da sua empresa, caso não fossem criadas condições que lhes permitisse competir ao nível do recrutamento de talentos com outros destinos mais liberais.
Quem aproveitou a deixa foi o jovem estudante português Malik Piarali, que, inspirado pela forma como Portugal conseguiu desviar para si a organização da Web Summit, pretende agora fazer exatamente o mesmo com a sede do único produto musical sueco com mais sucesso que os Abba.
Malik Piarali criou esta semana o movimento Let’s bring Spotify to Lisbon, de forma a ter um grupo de pressão permanente focado no objetivo final, trazer o Spotify para Lisboa. Afinal de contas, lobbying e popularidade nunca fizeram mal por nenhuma causa.
Em entrevista dada ao Observador, Malik diz acreditar que Lisboa pode vir a ser a capital tecnológica da Europa e dá os argumentos sobre as mais-valias da cidade, relativamente aos Estados Unidos, país para onde os criadores do Spotify dizem ter intenções de migrar.
“Lisboa tem um ecossistema de startups muito jovens e em crescimento, que se opõe ao dos EUA, onde o Spotify seria só mais uma companhia. [Para além disso,] nos EUA, o custo de vida é bastante superior ao de Lisboa: basta olhar para as quantias pedidas para arrendar uma casa em Nova Iorque ou em São Francisco, onde o Spotify tem escritórios” afirmou o embaixador da Landing Jobs, uma startup portuguesa que estabelece contactos entre quem procura e quem oferece trabalho.
O jovem acrescentou ainda que Lisboa tem condições de fornecer talento a um preço [de mão-de-obra] barato, tanto a nível tecnológico como de design. O interesse do país em acolher empresas desta dimensão e a flexibilidade governativa para que isso aconteça, também foram algumas das vantagens apontadas para convencer os proprietários do gigante musical nesse sentido.