(Imagem: Reprodução coopernico.org)
Na Europa operam atualmente mais de 6 mil cooperativas em energias renováveis envolvendo mais de 600 mil europeus. A motivação para criar um negócio com as mesmas características em Portugal partiu de Nuno Brito Jorge, presidente da Coopérnico, que fundou a cooperativa em 2013, por escassearem alternativas em investimentos sustentáveis no país.
O conceito passa por envolver cidadãos e empresas na criação de uma comunidade que investe em pequenos projetos, descentralizados, de energias renováveis. Por sua vez, a eletricidade produzida por esses sistemas e integrada na rede elétrica, serve para abastecer famílias e negócios. Os benefícios alcançados pela substituição da fonte de energia e pela venda de eletricidade produzida e, pela supressão de emissões de dióxido de carbono e outros poluentes, permitem acrescentar valor à sociedade, aos investidores e ao meio ambiente. No final de cada ano, os cooperantes recebem juros dos investimentos que realizaram, conforme ilustra o esquema:
Atualmente são 230 os membros da Coopérnico que, além de contribuírem com fundos de investimento, podem também participar na própria gestão, assim como nos grupos de trabalho. Para incorporar a cooperativa portuguesa, bastam três títulos, o equivalente a 60 euros.
Comercialização 100% renovável
Desde junho deste ano, que a Coopérnico constitui uma “parceria com uma PME comercializadora de energia, de eletricidade e gás, para garantir que os membros podem aceder a preços de eletricidade muito competitivos”, assim como “que o equivalente da energia que estão a usar, provém de fontes renováveis”, referiu Susana Fonseca, membro da Direção da Coopérnico, em entrevista ao Económico TV.
Este esquema é possível através da própria produção, proveniente de sete centrais fotovoltaicas, suficientes para suprir as necessidades de 170 famílias. O principal objetivo passa por cobrir, sempre que possível, o consumo das famílias com toda a energia renovável que é produzida pela Coopérnico. No entanto, quando esse consumo exceder a produção renovável das centrais fotovoltaicas, a cooperativa garante aos membros o consumo verde através da aquisição, no mercado livre de energia, de certificados de energia renovável.
Susana Fonseca exemplificou ainda que “uma família que tenha um consumo médio, pode ao longo do ano, ter poupanças de 60, 70 euros”, dependendo do número do agregado e do tipo de consumo.
No entender da Coopérnico, a poupança económica é importante, mas as questões da sustentabilidade também pesam aquando da decisão de optar por um comercializador cuja fonte é única e exclusivamente renovável.